Um dia quando eu morrer
quero que seja bem alto
beijando de cara o asfalto
de costas pros trilhos do trem
Quero morrer de saudade
de veneno ou de maldade
por sorte de amar alguém
Quero morrer falando
defendendo a vida e pensando
se um norte essa vida tem
Quero morrer de sorte
com a faca nas mãos e a dor do corte
pois sorte é sentir a fundo
a dor e o prazer que se tem
Quero deixar amigos
e mais ainda inimigos
pois assim se cresce tão’bém
Quero fazer saudades
lembranças piadas, risadas
que riam das minhas tolices
e tolices são parte de mim
como os versos que escrevo pr’além
Quero a morte composta
do brilho do ouro e do cheiro de bosta
do gosto que a vida tem
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